quinta-feira, 29 de outubro de 2009

PESQUISA DE JOVINO NOLASCO


INVOCAÇÕES DE NOSSA SENHORA - pesquisa de Jovino Nolasco






Escritora Nilza B. Magali

Historiadora e folclorista, (Poços de Caldas/MG), autora de vários livros entre eles: “107 Invocações da Virgem Maria no Brasil” e “O livro de ouro dos Santos”, por nossa solicitação vem pesquisando sobre a Nossa Senhora da Uva, mas até o presente momento é confirmada que a Virgem Maria das Uvas foi introduzida no Brasil, segundo relatos de Floriano Molon entusiasta divulgador em toda a região Italiana do Rio Grande do Sul, pelo Padre José Casanova em 1997.

A escritora e pesquisadora Nilza B.Magali em sua obra as 107 invocações da Virgem Maria no Brasil (Editora Vozes) diz: "Em principio, as invocações de Nossa Senhora podem ser de origem Litúrgica, Histórica e Popular. As primeiras foram criadas pela Igreja e são relacionadas à liturgia católica: Conceição, Ó, Guia, Assunção, Mãe da Igreja, etc. As históricas, apesar deste termo não ser tomado em sentido rigoroso, referem-se aos títulos durante os vinte séculos do cristianismo e geralmente recebem os nomes dos lugares onde o seu culto foi iniciado: Caravaggio, Guadalupe, Penha, de França, Lurdes, Nazaré, Rocio, etc. As de origem popular receberam denominações dadas espontaneamente pelos devotos, conforme os ritos usados ou as necessidades do momento, exemplo: Boa Viagem, Bom Parto, Boa Morte, Brotas, Carpição etc. As primeiras imagens de Maria foram as Virgens Orantes das catacumbas, representadas de pé, rezando com os braços abertos, como era costume nos tempos iniciais do cristianismo. Ou então em cenas de sua vida, relatadas pelos textos bíblicos ou Evangelhos Apócrifos. Após o Concílio de Éfeso, reunido em 431 para combater a heresia nestoriana, que negava a maternidade divina de Maria, tomaram grande incremento as representações da Mãe Santíssima tendo no colo o Menino Jesus, que abençoa os devotos. Muitas destas efígies eram estilo bizantino, pintadas sobre madeira ou feitas em mosaicos, geralmente hierárquicas, esguias e de olhos fixos, copiadas, segundo a tradição, do retrato da Virgem pintado por São Lucas. Deste tipo chegaram até nós às Senhoras das Neves, do Povo e do Perpétuo Socorro

As imagens executadas depois do século X, quando dominava a arte romântica, são em sua maioria esculturas que mostram a Rainha em majestade, sentada no trono com seu Divino Filho ao colo, ambos coroados e segurando o cetro ou globo terrestre. Daquele período são os títulos de Nossa Senhora de Montserrat, de Nazaré, da Guia.”

Por dedução o quadro do artista francês Pierre Mignard (aqui apresentado) refere-se a essa época. Pois Nossa Senhora se apresenta sentada com o menino Jesus no colo oferecendo um cacho de uva. Segundo a nossa historiadora, em carta a nós remetida em 28 de abril de 2004, diz: "A videira era considerada antigamente como símbolo da abundância e da vida. No cristianismo primitivo simbolizava o reino dos Céus, onde entrou Cristo Crucificado depois da Ressurreição, a qual ocorreu no início da primavera (no hemisfério norte), época em que brota a uva, após o descanso do inverno”.

Na última ceia, Jesus Cristo, ao levantar o cálice de vinho, disse: "Este é o meu sangue, que será derramado por muitos, para a remissão dos pecados". Se o vinho era o sangue do Salvador, este sangue foi gerado no corpo de sua Mãe. Maria que poderia ser comparada à uva, a geradora do vinho. Desta feita os católicos recorriam a Nossa Senhora para solicitar a sua intermediação a Jesus para que a safra fosse boa e que resultasse em bons vinhos.

Na França, cuja vitivinicultura se desenvolveu há séculos, foi o país onde era mais venerada Nossa Senhora da Uva, motivo pelo qual o artista francês a retratou. Dizem ainda que a Virgem Maria, por saber que o Menino Jesus apreciava demais a uva, o presenteava sempre que possível com um cacho. Outros historiadores dizem que o vínculo de Jesus com a uva e o vinho era desde criança, o porquê o transformou em seu sangue na Santa Ceia, quando adulto e, até hoje faz parte do ritual da Santa Missa.



Imagem modelada em argila, queimada e envelhecida com técnicas especiais e com detalhes em ouro. Obra do artista Jovino Nolasco. (www.enoturismobrasil.com.br)

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